quarta-feira, 16 de julho de 2008

o passeio da pequi

Batatais, férias

Papai diz: "Filha, leva essa pinga Pequi pra tomar com seus amigos em campinas"
Que pai legal, né? Eu concordo.

Pequi, passeio número um: COMETÃO

enrola a Pequi na toalha nova, põe a toalha dentro de um saco e dentro de outro saco maior no meio da mala entre as roupas. UFA. A pequi ta salva. E eu? e eu que carregue a mala.

Depois de um dia difícil com o COMETÃO [essa é outra história], dale a senhorinha pegar um 332 pra ir até a casa da Val. Rosa, uma mochila, uma bolsa enorme e uma mala juntas surfando em pé até a casa da val. Mas o importante é que a Pequi ta inteira.

Casa da val. Vamos beber? Vamos. Abre a embalagem artesanal da pinga. Hummm que delícia de pinga. Bebe aqui, bebe ali. E a garrafa, claro, não acabou.

Casa da Val, outro dia de manhã

Vamos pra UNICAMP? Vamo.
"Vou levar minhas malas pra depois ir direto pra casal"
"Beleza, Rosa, eu vou levar umas roupas já que vou dormir na sua casa"
"Ok"

Valquíria, uma bolsa, uma mochila, uma Rosa, uma mala, uma bolsa grande, uma mochila E uma pinga (ja não tão protegida assim), juntas...AONDE?

332, claro [não existe só esse ônibus em campinas, eu juro. Mas a gente SÓ PEGA ELE!]

Vamo que vamo.
"Val, você paga a passagem que eu entro com as coisas pela porta de trás"
"Ok"

Muito equilíbrio nessa hora e, parecendo sacoleiras, sentamos...

...Algum tempo depois...

"Que moço bonito do lado do cobrador, né?"

Val olha e rindo diz:

"Rosa, o cobrador tá achando que é com ele"

E foi aí que eu vi um velho grisalho, despenteado e horroroso olhando com uma cara intimidante pra mim.

eca.

"Rosa, parece que eu to sentindo um cheiro de pinga"

"Ai, caralho, cadê a tampa da Pequi?"

tampa caindo no chão...

"Val, pega antes que a gente perca por aí"
"Relaxa, Rosa, ela tá no meu pé"
"Mas ela vai rolar"
"Você não entendeu, ela tá EMBAIXO do meu pé"
[cara de nojo] "Que higiênico, Val"

Depois de ter conseguido de alguma maneira segurar todas as coisas e ainda salvar a tampa da Pequi, nós descemos no ponto quase caindo. Reerguemos o corpo e fomos...

...e não importa a tampa suja, as malas jogadas, o corpo suado.
A Pequi ficou inteira...

inteira não. A gente já bebeu metade.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

o primeiro vômito

Festa do Semáforo (sugestivo?), algum mês de 2007. Rep. Kzona.

Eu e meus amiguinhos, incluindo a val, fazíamos um esquenta na arcádia. Pinga vai, pinga vem, vamos nos pra festa.
Meia-hora de festa, uma cerveja depois, Val abraça um coqueiro e diz:
"Rosa, eu te amo, você me ajuda tanto"

Opa, confundindo-me com um coqueiro? O negócio tá feio.
"Rosa, vou sentar lá em cima"

Lá em cima, amigos, era uma bancada sem encosto, de mais de um metro.

"Val é perigoso, espera"

e lá foi a bêbada sentar e cair pro lado.

"Vaaaaaaaaaaaaal"

Sim, eu pulei de cabeça atrás, eu que até sóbria já tava.

"Val, você machucou?"
"Magina tô ótima"

E um corte imenso nas costas

"Rosa você machucou?"
"Um pouco cabeça, não foi nada"

Minha cabeça tava explodindo, pulei com ela no chão atrás da Val.

Meu deus, preciso levar essa menina pra minha casa...

"Rosa, eu acho que vou...huuuuuugo"

"Buni, segura a Val gorfando aí que eu vou arranjar uma carona..."

pede pro amigo-doamigo-daamiga-daval dar carona?
Cara legal, disse que leva...Dá-lhe eu carregar a bêbada pra casa.

"Val, tira a roupa e põe pijama"
"Você tá brava comigo *choro* você não pode falar assim comigo"
"Valzinha, meu amor, levanta os bracinhos pra por um pijaminha?"
*Val sorrindo levanta os braços*
"Rosa eu vou escovar o dente"
"Val você vai ficar ai deitada"
"Por que você não deixa? eu vou ficar com cárie, meu dente tá sujo e blá blá blá"

*Rosa ajeita val na cama, coloca um balde do lado. Um minuto depois ela dorme*

Onde entra o busão nessa história? CALMA.

"Bom dia, Val..Tá bem?
"Acho que to de ressaca, vou tomar um remédinho.."
*Val toma um negócio amarelo que dizem ser bom pra ressaca*
"Vamos pra rodoviária?"
"Vamos"

No meio do caminho, val decide:
"Hum..vou tomar uma raspadinha de tutti-frutti, esse geladinho deve ser bom pra ressaca"
"É, deve"

Ônibus 332, rodoviária

"Rosa, eu acho que vou gorfar.."
"Calma, val, espera chegar o ponto"
"Não dá"
"Vômita no copo"

Era a Rosa quem segurava o copo. E o vômito, do remédio amarelo com a raspadinha azul era VERDE

Aperta o botãozinho, o busão para.

Desce a escada vomitando. Todos os passageiros olham, e eu carrego a Val.
CALÇADA! Eba..

Moço que passa na rua:
"Uma moça tão linda vomitando"

eu olho pro meu braço, cheio de vômito verde e só me rest

huuuuuuuuuuuuugo

Vômitei também.

No fim, nos achamos uma escola onde pegamos água e descobrimos qual ônibus pegar pra voltar pra casa. E, claro, desistimos de viajar.

sábado, 5 de julho de 2008

Quando você imagina o lado de lá

Sexta-feira, ônibus 332

Uma hora de viagem de Barão até a Rodoviária de Campinas. Como eu faço pra me distrair?

- Alô, Mari? É a Ana (Nomes fictícios serão utilizados porque eu não lembro os reais)

Já sei como me divertir. Prestar atenção na conversa da passageira de voz fina atrás de mim. O que estiver em itálico é aquilo que eu imaginei que foi dito pela pessoa na linha de lá...

- Oi querida. Tudo bem?

-
Tudo Mari...você não sabe...

- Não, enquanto você não contar não tem como eu saber...

-
Sabe aquele rapaizinho bonito amigo do João

- Sei...não vá me dizer que você...

-
Então, sábado..tava todo mundo meio bêbado...

- Você ficou com ele?

-
Então, a gente acabou que deu uns beijim, sabe?

- Só uns beijinhos?

-
Beijo vai, beijo vem...

- Você deu pra ele?

-
Levei ele lá em casa..

- Você deu pra ele?

-
Aí, foi só alegria né?

- Você deeeeeeu! Safada. Foi bom?

-
Então ele é um fofo...

- Não vá me dizer que era pequeno...

-
Não menina, ele era ótimo...Mas tem namorada

- E daí?

-
Sei lá, nunca fiz isso...de ficar na primeira vez, ainda mais com um cara que tem namorada. Mas foi só aquela noite, entende? Não quero estragar o namoro dele..Mas ele acha que eu to a fim de ficar sério. Mas não, curti aquela noite e não quero mais...


Nesse momento eu parei de prestar atenção pra pensar em algo genial discutido com a Gê um dia, quando só conseguimos tirar uma conclusão:

Again, only again. Not forever.


O primeiro ônibus a gente não esquece

Algum mês de 2006, 17 anos.

Jollies (serão usados apelidos para proteger a privacidade das pessoas) e eu fomos de Batatais até Ribeirão em um ônibus. Ainda não me lembro a causa. Até os meus 17 anos eu não tinha precisado andar de ônibus. Se fosse perto, ia a pé, se fosse longe, papai levava (privilégios de quem mora em cidade pequena e tem pai legal).
Enfim, era a primeira vez que eu andava de ônibus. Fui seguindo a Jollies, tava bem legal.
Sentamos lado a lado, conversa vai conversa vem eu exclamo:
- Ah putaquepariu!
- Que foi? (pergunta minha amiga assustada)
- O ônibus fica em cima e dá para ver tudo dentro dos carros
(Jollies rindo da obviedade da minha constatação diz)
- E daí?
- E daí que eu sempre viajei com as pernas pra cima de saia. Ahhhhhh.

(risadas intermináveis)

- Jollies...
(Tirando o fone já meio cansada que eu não calava a boca)
-Oi, fia..que foi?
- Busão é uma coisa louca, né?
- Hã?
- Da para escrever um livro só contando as histórias que acontecem aqui
- Comentário bozo (piada interna)..é..dá.


E eu não escrevi um livro, mas dois anos depois, dou início a esse blog.